quinta-feira, 29 de novembro de 2012

VICARIUS FILII DEI: SUA ORIGEM E USO NA IASD


VICARIUS FILII DEI: SUA ORIGEM E USO NA IASD

COMO INTERPRETAÇÃO DE APOCALIPSE 13:18

Luiz Gustavo S. Assis

Resumo: Nesse artigo faço uma busca histórica da origem e do uso da expressão vicarius Filii Dei como interpretação de Apocalipse 13:18 nos círculos adventistas. Após esse background histórico, discorrerei brevemente sobre o uso desse título no meio adventista, bem como sobre da validade hermenêutica do mesmo para a interpretação do número 666.

A interpretação mais popular no meio adventista para o número 666, citado em Apocalipse 13:18, é a utilização do suposto título papal vicarius Filii Dei. Entre as muitas questões a serem levantadas a partir desse assunto, o que nos interessa nesse artigo é a confiabilidade histórica dessa expressão e a validade de seu uso nos círculos adventistas.

1. ORIGEM DO TÍTULO

O documento Doação de Constantino é a mais antiga referência do suposto título papal vicarius Filii Dei. Tendo sido escrito no período da Idade Média, esse é o mais antigo relato eclesiástico que confere a Pedro a autoridade de ser “substituto do Filho de Deus”2. Por quase 600 anos, o catolicismo o considerou como genuíno, mesmo porque aproximadamente dez papas o utilizaram como prova de sua autoridade temporal3. A menção do nome Constantino sugere que esse documento deve ter sido escrito nos dias desse imperador, no século 4 A.D. Porém, Lorenzo Valla, por algum tempo secretário do papa humanista Nicolau V, em 1440 escreveu uma crítica literária e histórica demonstrando que a Doação de Constatino era um documento forjado, que provavelmente foi composto em meados do século 9 A.D.4.

2. VICARIUS FILII DEI EM AUTORES PROTESTANTES

O escritor protestante mais antigo a relacionar o a expressão vicarius Filii Dei ao número 666 foi o alemão Andreas Helwig (ca. 1572-1643). Esse erudito foi professor de línguas bíblicas e letras clássicas por quase três décadas. Em 1612, Helwig escreveu sua obra Antichristus Romanus, na qual reuniu 15 títulos nas línguas latina, grega e hebraica, que na soma de suas letras, dariam a cifra apocalíptica. Tal obra não enfatizou o título vicarius Filii Dei, mas o considerou apenas como mais uma das pretensões da Igreja de Roma.

Segundo Helwig, quatro fatores eram essenciais para um nome ser aplicado ao número apocalíptico: (1) a soma deveria dar a cifra correta; (2) teria que concordar com a ordem papal; (3) deveria ser um nome do próprio anticristo, não um título dado por seus inimigos; (4) teria que ser um título usado pelo o anticristo para a sua auto-ostentação. Porém, essa interpretação se tornou comum entre autores de diversas denominações em meados da Revolução Francesa (1789-1799), quase duzentos anos após a publicação de sua obra5. Autores protestantes como Amzi Armstrong (1771-1827)6, os presbiterianos William Linn (1752-1808)7 e David Austin (1760-1831)8 e Robert Shimeall9, aplicaram ao número 666 os títulosLudovicus (latim), Lateinos (grego), Romith (hebraico) e vicarius Filii Dei. Referente a esse último, John Bayford, em sua obra Messiah’s Kingdom (ca. 1820), afirmou que sua utilização era “dificilmente satisfatória” e que a expressão correta ainda estava para ser descoberta10. Percebe-se assim, que desde o século 19, já havia certa relutância em aplicar esse título ao número 666.

3. VICARIUS FILII DEI EM AUTORES ADVENTISTAS

Muitos dos pioneiros do movimento adventista foram contemporâneos dos autores

protestantes mencionados anteriormente. Sendo assim, é natural encontrarmos semelhança entre as interpretações de Apocalipse 13:18 de ambos os grupos. Foi por meio dos trabalhos de Uriah Smith, decano da interpretação profética nos círculos adventistas11, que se atribuiu a expressão vicarius Filii Dei ao papado. Smith assim entendia: a expressão mais plausível que temos visto sugerir contendo o número da besta é o título que o papa toma para si mesmo e permite que outros lhe apliquem. Esse título é Vicarius Filii Dei, que quer dizer “Substituto do Filho de Deus”. Tomando as letras deste título que os latinos usavam como numerais e dando lhes o seu valor numérico, temos exatamente 666.12

A interpretação de Smith causou um impacto significativo no adventismo, a ponto de

John N. Andrews, o expoente teológico mais importante dessa denominação, adotá-la na reimpressão de sua obra The three angels of Revelation XIV, 6-12, em 1877. Os anos

posteriores presenciaram uma expansão dessa visão, por meio dos trabalhos públicos e impressos de alguns evangelistas adventistas ao redor do mundo. Stephen. N. Haskell, por exemplo, ao tratar do tema de Apocalipse 13, enfatizou apenas vicarius Filii Dei13.

O mesmo foi feito pelo autor brasileiro Aracely Mello ao afirmar que existem “fatos

comprobatórios de que Vicarius Filii Dei é o título verdadeiro do Papa e de Roma Papal.”14 Roy Alan Anderson, importante nome no evangelismo adventista, utilizou títulos como stur (aramaico), italika ekklesia, he latine Basiléia (grego) e vicarius Filii Dei (latim)15 Por sua vez, o evangelista argentino Daniel Belvedere limitou a interpretação do número 666 a expressão “substituto do Filho de Deus”16e C. Mervyn Maxwell adotou essa mesma posição17.

Este quem sabe seja o principal motivo para o título vicarius Filii Dei ser associado com

Apocalipse 13:18 por tantos adventistas. Porém, por mais popular que seja essa interpretação, é inegável que existem inúmeros problemas na sua aplicação ao relato bíblico.

4. PROBLEMAS INTERPRETATIVOS

Como vimos anteriormente, o documento mais antigo a mencionar esse título é a

Doação de Constantino. A implicação disto é que essa interpretação se baseia numa falso decreto da Idade Média. Da mesma forma, há certa controvérsia envolvendo a inscrição de vicarius Filii Dei na mitra papal.

A publicação Our Sunday Visitor, uma popular revista católica americana, mencionou por duas ocasiões que havia, de fato, uma inscrição na tiara do papa. A primeira menção foi em 1914, e a segunda no ano seguinte. Porém, existe uma terceira citação que nega qualquer tipo de inscrição na coroa do pontífice romano. E não há qualquer tipo de evidência que prove o contrário18

Provavelmente, esse assunto teve início com um incidente envolvendo W. W. Prescott,

um dos pioneiros da segunda geração adventista. Um evangelista chamado C. T. Everson visitou o Museu do Vaticano e tirou algumas fotografias de diversas tiaras papais, usadas ao longo dos séculos. Nenhuma inscrição havia em sequer uma delas. Prescott foi autorizado para utilizar as fotos na ilustração de um dos seus artigos. Porém, a Southern Publishing Association, quando preparava a publicação da versão atualizada da obra de Smith, contratou um artista que inseriu as palavrasvicarius Filii Dei. A sede mundial da IASD ordenou que a impressão fosse interrompida e que removessem as fraudes fotográficas19.

Em 1935, a revista Our Sunday Visitor desafiou o períodico adventista Present Truth,

que nessa época tinha como editor Francis D. Nichol, a provar que a expressão “substituto do Filho de Deus” era um título oficial do papa. Nichol consultou a Prescott para solucionar esse problema. Prescott afirmou que não era possível responder ao desafio, já que os adventistas baseavam essas argumentações em fontes questionáveis.20 Devido esse incidente, a sede mundial da IASD sugeriu que tal interpretação jamais fosse utilizada novamente21.

Ironicamente, hoje está é a interpretação mais popular entre os adventistas.

Em novembro de 1948, Leroy E. Froom publicou sua resposta para uma pergunta

referente a inscrição na tiara do papa. Após negar qualquer tipo de grafia na mitra papal, Froom afirmou que “como arautos da verdade, devemos proclamá-la verdadeiramente”, e que “em nome da verdade e honestidade este periódico protesta contra algum membro da associação ministerial da denominação adventista do sétimo dia”. Segundo ele, “a verdade não necessita de um fabricação para ajudá-la”22

Além desses problemas, é necessário dizermos que esse recurso é exegeticamente

desnecessário. O pregador escocês Robert Fleming Jr. (ca. 1600-1716), por exemplo, jamais utilizou vicarius Filii Dei na suas abordagens sobre o anticristo e chegou à mesma posição dos adventistas à respeito desse poder, isto é, o catolicismo apostólico romano23.

FONTE:  http://apocalipsefacil.blogspot.com.br/2011/04/vicarius-filii-dei-sua-origem-e-uso-na.html

AS MENTIRAS  E  CONTRADIÇÕES DA IGREJA ROMANA


APÓSTOLO PEDRO 1º PAPA NOMEADO SÉCULO DEPOIS COMO? 

 A IGREJA ROMANA DIZ:

o primeiro Papa na Igreja Católica foi São Pedro, um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo.
 Nascido em 10 a.C, Simão Pedro exerceu seu pontificado entre os anos 30 e 67.
Ele tem uma grande importância para os católicos, pois é considerado o fundador, com 
São Paulo, da Igreja. Foi considerado o primeiro bispo de Roma, apesar de não existir consenso histórico sobre sua ida à capital do Império Romano. O cargo de primeiro Papa lhe foi dado anos depois, pois tal título começou a ser usado  cerca de dois séculos mais tarde. Sucessão
Perseguido pelos romanos, que na época ( E HOJE TAMBÉM AINDA) adoravam não um só deus, mas vários, Pedro foi 
crucificado e enterrado em uma região nos arredores de Roma conhecida como Vaticanus.
Mas antes de morrer, escolheu seu sucessor, Lino, o segundo Papa da Igreja Católica.
 A sua autoridade foi transmitida até chegar a Bento XVI, o 265º herdeiro do principal 
cargo da Igreja Católica.

A BÍBLIA DIZ:Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?
E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.
Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;
E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.
Então mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era Jesus o Cristo.
Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia.
E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso.
Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.
Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;
Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.
Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?
Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.
Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino. 
Mateus 16:15-28
primeiro Papa na Igreja Católica foi São Pedro, um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo.
 Nascido em 10 a.C, Simão Pedro exerceu seu pontificado entre os anos 30 e 67.
Ele tem uma grande importância para os católicos, pois é considerado o fundador, com
São Paulo, da Igreja. Foi considerado o primeiro bispo de Roma, apesar de não existir consenso histórico sobre sua ida à capital do Império Romano. O cargo de primeiro Papa lhe foi dado anos depois, pois tal título começou a ser usado  cerca de dois séculos mais tarde. Sucessão
Perseguido pelos romanos, que na época adoravam não um só deus, mas vários, Pedro foi
crucificado e enterrado em uma região nos arredores de Roma conhecida como Vaticanus.
Mas antes de morrer, escolheu seu sucessor, Lino, o segundo Papa da Igreja Católica.
 A sua autoridade foi transmitida até chegar a Bento XVI, o 265º herdeiro do principal
cargo da Igreja Católica.



Lino  foi  o  segundo Papa da Igreja Católica, portanto, o primeiro  sucessor de São Pedro na Sé apostólica, de quem  pessoalmente recebeu o poder das chaves para guiar o rebanho de Cristo. Nasceu na localidade de Volterra,  na Toscana,  Itália.
                                                     Considerando suas  grandes  virtudes como defensor da fé nos trabalhos apostólicos, seu zêlo ardentíssimo desenvolvia claramente a  causa da Santa Igreja, principalmente no tempo que mais  furiosa andava a perseguição. Além disto, enfrentou a feitiçaria e as primeiras chamas de heresia, que já tentavam se  infiltrar no seio da Igreja para adulterar os preceitos da Religião de Cristo. Sagrou sacerdotes em duas ordenações e  nomeou os primeiros quinze bispos, transmitindo a eles, com sua autoridade divina, os poderes apostólicos do clero católico nascente.  Além de prescrever diversas outras normas fundamentais, estabeleceu, mediante decreto, que as mulheres, para entrarem na igreja,  deveriam cobrir a cabeça com véu.
                                                     Antes, porém, que fosse eleito Papa,  trabalhava  pela salvação das almas ao lado de São Pedro,  de quem era grande colaborador.  Tanto foi assim que dele mesmo recebeu a missão de pregar na Gália (hoje França), a fim de levar a luz da fé às nações pagãs.  Chegando àquelas  terras, estabeleceu-se em Becanson, capital de Franco Condado.  Graças ao apoio que tinha do tribuno Onósio, principal magistrado que tinha por missão lutar pelas causas do povo, São Lino acabou transformando-se em um homem público, exercendo preponderante papel junto à população.  Em pouco tempo  tornou-se um líder influente, de grande capacidade intelectual. Dada as  circunstâncias, aproveitou o terreno para plantar as sementes da verdadeira Religião, mesmo sabendo que os obstáculos, dificuldades e perseguições seriam inevitáveis.  Por conseguinte, empreendeu intenso esforço para afastar o povo da idolatria e da  adoração de deuses  estranhos. Seus  discursos eram duros, porém, verdadeiros e por isso,  não tardou que acabasse sendo violentamente escorraçado da cidade.  Era uma  figura extremamente  incômoda e inconveniente aos líderes pagãos,  que diante da persuasão junto ao povo, temiam a perda de seu espaço.
                                                     Em sua última prática na cidade de Becanson,  São Lino criticou e repreendeu veementemente os idólatras, feiticeiros renomados e diversos pagãos, que ofereciam sacrifícios aos seu ídolos e seus deuses.  "Cessai",  disse o santo, "cessai de render adoração a tão vis criaturas".  Os líderes presentes, percebendo que estavam prestes a cair em descrédito pela força de sua palavra, gritaram ao povo, dizendo que as insolências sacrílegas proferidas por Lino, iriam provocar a ira dos deuses e caso lhe dessem ouvidos, sério castigo se precipitaria sobre o povo.  Continuando a esbravejar, incitaram o povo,  que acabou investindo contra o santo mediante golpes,  tendo sido expulso da cidade completamente ferido e também  abandonado, até mesmo por aqueles  que sempre o apoiaram.  Dali retornou para Roma, onde permaneceu até ser escolhido como sucessor de São Pedro.  As sementes que deixou para trás, germinaram com grande vigor, tanto que passaria a ser venerado pelo povo, tempos depois,  em sua primeira Sede Episcopal de Becanson.    
                                                     Reza a tradição que antes de ser crucificado, São Pedro ao transmitir-lhe a sucessão Papal,  disse-lhe: "Tu és Pedro!", em alusão às palavras do Divino Mestre,  quando lhe conferiu a primazia no governo da Igreja:  "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16, 18).  
                                                     Seu nome figura como uma das mais  nobres vítimas das perseguições  da Igreja primitiva. Exerceu o seu pontificado na mais intensa magnitude apostólica, desbravando terrenos pagãos e derrubando a idolatria,  feitiçaria e  todo o tipo de influência maligna que tentava estabelecer-se em território sagrado.
                                                     Foram-lhe atribuídos milagres e diversas  curas, dentre as quais a da filha do cônsul Saturnino, considerada endemoninhada.   E foi justamente o ingrato Saturnino quem proferiu sua sentença de morte.  Diz-se que, influenciado pelos sacerdotes dos falsos ídolos, ordenou que São Lino fosse decapitado, fato consumado no dia  23 de setembro do ano 79.
                                                    Foram-lhe atribuídos milagres e diversas  curas, dentre as quais a da filha do cônsul Saturnino, considerada endemoninhada.   E foi justamente o ingrato Saturnino quem proferiu sua sentença de morte.  Diz-se que, influenciado pelos sacerdotes dos falsos ídolos, ordenou que São Lino fosse decapitado, fato consumado no dia  23 de setembro do ano 79.            
  1º.  - São Pedro - Mártir -(Simão, filho de Jonas); Galiléia;
Eleito por Jesus na terceira década do calendário cristão,  permaneceu cerca de 37 anos no pontificado (o mais longo da história). Morreu no ano de 67.  Muitos historiadores firmam seu pontificado de 42 a 67, mas na realidade este período retrata apenas  o tempo em que permaneceu estabelecido em Roma.

  2º.  - São Lino - Mártir  - Itália; 67 - c.79.São Lino criticou e repreendeu veementemente os idólatras, feiticeiros renomados e diversos pagãos, que ofereciam sacrifícios aos seu ídolos e seus deuses. "Cessai", disse São Lino, "cessai de render adoração a tão vis criaturas". Foram-lhe atribuídos milagres e diversas curas, dentre as quais a da filha do cônsul Saturnino, considerada endemoniada. E foi justamente Saturnino quem proferiu sua sentença de morte. Diz-se que, influenciado pelos sacerdotes dos (falsos ídolos,) ordenou que São Lino fosse decapitado, feito consumado no dia 23 de setembro do ano 79
  3º.  - Santo Anacleto (São Cleto) - Mártir  - Itália; c.79 - c.92. Um dos poucos registros sobre seu papado, menciona que ele ordenou um número incerto de sacerdotes em Roma[1], sancionou a veneração ao túmulo de São Pedro, construindo um monumento sobre a sepultura do apóstolo de Cristo. A sua morte no ano 88, durante as perseguições de Domiciano
  4º.  - São Clemente I - Mártir  -(Clemente de Roma); c.92 - c.101.Neste pontificado ocorreu uma segunda perseguição aos cristãos, na época de Domiciano. Mais tarde, Clemente foi preso no reinado de Trajano. Condenado a trabalhos forçados nas minas de cobre de Galípoli, converteu muitos presos e por isso foi atirado ao mar com uma pedra amarrada ao pescoço, tornando-se num mártir dos princípios da Cristandade
  5º.  - Santo Evaristo - Mártir  - Grécia; c.101 - c.107.
  6º.  - Santo Alexandre - Mártir  - Itália; c.107 - c.116
  7º.  - São Xisto I - Provavelmente Mártir - Itália; c.116 - c.125.
  8º.  - São Telésforo - Mártir  - Grécia; c.125 - c.138.
  9º.  - Santo Higino - Mártir  - Grécia; c.138 - c.142.
10º.  - São Pio I - Mártir  - Itália;  142 - 155.
11º.  - Santo Aniceto - Considerado Mártir - Síria; 155 - 166.
12º.  - São Sotero - Mártir  - Itália; c.166 - c.174.
13º.  - Santo Eleutério - Mártir  - Grécia; c.174 - c.189.
14º.  - São Vitor I - Mártir  - África; c.189 - c.199.
15º.  - São Zeferino - Mártir  -Itália; c.199 - c.217.
16º.  - São Calixto I - Mártir  - Itália; c.217 - c.222.
17º.  - Santo Urbano I - Mártir  - Itália; c.222 -c.230.
18º.  - São Ponciano  - Mártir  - Itália; c.230 - c.235.
19º.  - Santo Antero  - Mártir  - Grécia; c.235 - 236.
20º.  -São Fabiano - Mártir  - Itália; 236 - 250.Imperador Décio, que governou de 249-251, perseguiu os cristãos noImpério Romano e a partir de Janeiro do ano 250, ele ordenou que todos os cidadãos realizassem um sacrifício religioso na presença dos comissários, ou então seriam sentenciados à morte. Muitos cristãos se recusaram e foram martirizados
21º.  -São Cornélio- Mártir  - Itália; 251 - 253.
22º.  -São Lúcio - Mártir  - Itália; 253 - 254.
23º.  - Santo Estevão - Mártir  - Itália; 254 - 257.
24º.  - São Xisto II - Mártir  - Grécia; 257 - 258.
25º.  - São Dionísio; 259 - 268. (26/12)
26º.  - São Félix - Mártir  - Itália; 269 - 274. (30/05)
27º.  - Santo Eutiquiano; Itália; 275 - 283.
28º.  - São Caio; Iugoslávia; 283 - 296.
29º.  - São Marcelino; Itália; 296 - 304 -  Ordenou São Silvestre, que viria a assumir o pontificado em 314.
30º.  - São Marcelo; Itália; 308 - 309. - São Marcelo só foi eleito quatro anos após a morte de São Marcelino, devido às terríveis perseguições que os cristãos sofreram pelas mãos do imperador  Dioclesiano. Acabou sendo exilado pelo  imperador Maxêncio, e sofreu diversas humilhações e castigos. Morreu exilado, numa igreja que foi fechada e transformada num estábulo, onde trabalhava como escravo.

OS VÍCIOS DE ROMA


PRINCIPAIS IMPERADORES ROMANOS
_________________________________________________
Nome: Otávio Augusto (primeiro imperador de Roma)
Local de Nascimento: Roma
Reinado: 27 a.C a 14

Nome: Tibério
Local de Nascimento: Roma
Reinado: 14 a 37

Nome: Calígula
Local de Nascimento: Anzio - Itália
Reinado: 37 a 41

Nome: Cláudio
Local de Nascimento: Gália (região da atual França)
Reinado: 41 a 54

_________________________________________________________

Nome: Nero
Local de Nascimento: Anzio - Itália
Reinado: 54 a 68

1º.  - São Pedro - Mártir -(Simão, filho de Jonas); Galileia; Eleito por Jesus na terceira década do calendário cristão,  permaneceu cerca de 37 anos no pontificado (o mais longo da história). Morreu no ano de 67.  Muitos historiadores firmam seu pontificado de 427. a 6

Nome: Vespasiano
Local de Nascimento: Falacrina - Itália
Reinado: 69 a 79

Nome: Tito Flávio
Local de Nascimento: Roma
Reinado: 79 a 81

São Lino - Mártir  - Itália; 67 - c.79.São Lino criticou e repreendeu veementemente os idólatras, feiticeiros renomados e diversos pagãos, que ofereciam sacrifícios aos seu ídolos e seus deuses. "Cessai", disse São Lino, "cessai de render adoração a tão vis criaturas".

Nome: Domiciano
Local de Nascimento: Roma
Reinado: 81 a 96

A/c.101.Neste pontificado ocorreu uma segunda perseguição aos cristãos, na época de Domiciano. Mais tarde,

 3º.  - Santo Anacleto (São Cleto) - Mártir  - Itália; c.79 - c.92. Um dos poucos registros sobre seu papado, menciona que ele ordenou um número incerto de sacerdotes em Roma[1], sancionou a veneração ao túmulo de São Pedro, construindo um monumento sobre a sepultura do apóstolo de Cristo. A sua morte no ano 88, durante as perseguições de Domiciano

4º.  - São Clemente I - Mártir  -(Clemente de Roma); c.92 - c.101.Neste pontificado ocorreu uma segunda perseguição aos cristãos, na época de Domiciano.

Nome: Trajano
Local de Nascimento: Italica, Hispânia Baetica (província romana) - atual Santiponce - Espanha)
Reinado: 98 a 117

Clemente foi preso no reinado de Trajano. Condenado a trabalhos forçados nas minas de cobre de Galípoli, converteu muitos presos e por isso foi atirado ao mar com uma pedra amarrada ao pescoço, tornando-se num mártir dos princípios da Cristandade

5º.  - Santo Evaristo - Mártir  - Grécia; c.101 - c.107.

Nome: Adriano
Local de Nascimento: Hispânia Baetica
Reinado: 117 a 138

6º.  - Santo Alexandre - Mártir  - Itália; c.107 - c.116

7º.  - São Xisto I - Provavelmente Mártir - Itália; c.116 - c.125.
 8º.  - São Telésforo - Mártir  - Grécia; c.125 - c.138.

Nome: Antonio Pio
Local de Nascimento: Lanuvio - Itália
Reinado: 138 a 161

9º.  - Santo Higino - Mártir  - Grécia; c.138 - c.142.
10º.  - São Pio I - Mártir  - Itália;  142 - 155.


Nome: Marco Aurélio
Local de Nascimento: Ucubi (Hispânia Baetica)
Reinado: 161 a 180

11º.  - Santo Aniceto - Considerado Mártir - Síria; 155 - 166.
12º.  - São Sotero - Mártir  - Itália; c.166 - c.174.

Nome: Cômodo
Local de Nascimento: Lanúvio - Itália
Reinado: 177 a 192

13º.  - Santo Eleutério - Mártir  - Grécia; c.174 - c.189. Viveu em Roma muito tempo. Lá morreu também. Os seus discípulos contavam que ele, com a oração, tinha ressuscitado um morto.


Nome: Septímio Severo
Local de Nascimento: Leptis Magna (província romana da África)
Reinado: 193 a 211

14º.  - São Vitor I - Mártir  - África; c.189 - c.199.

Nome: Caracala
Local de Nascimento: Gália (atual França)
Reinado: 198 a 217

14º.  - São Vitor I - Mártir  - África; c.189 - c.199.   Vítor I foi o décimo quarto papa da igreja católica apostólica romana entre (datas aproximadas) 189 e 1991 . Vítor nasceu na província romana deTunísia; esta notícia é bastante certa, pois na Catedral Católica de Tunes, à esquerda do altar, tem um mosaico com o rosto dele. De seu pai sabe-se somente que se chamava Félix.
Vítor I estabeleceu que qualquer tipo de água, quer seja de um rio, mar ou outras fontes, pode ser utilizada no batismo, no caso de faltar água Outra contribuição importante foi que Vítor tomou partido do estabelecimento do domingo (em substituição do sábado) como dia sagrado, em memória da ressurreição de Jesus Cristo, embora a prática só se tornasse universal no Primeiro Concílio de Niceia.
Foi Vítor I quem determinou que a Páscoa seria celebrada sempre neste dia da semana, excomungando todos os bispos que se opuseram à mudança. O Primeiro Concílio de Niceia (325) confirmou sua decisão. É também sua a decisão de realizar as missas em latim em vez de grego. Além disso, tornou herética a doutrina do adocionismo no ano de 1902 

15º.  - São Zeferino - Mártir  -Itália; c.199 - c.217.

Nome: Alexandre Severo
Local de Nascimento: Arca Caesarea - Judéia
Reinado: 222 a 235

16º.  - São Calixto I - Mártir  - Itália; c.217 - c.222.
18º.  - São Ponciano  - Mártir  - Itália; c.230 - c.235.
19º.  - Santo Antero  - Mártir  - Grécia; c.235 -c. 236
Nome: Filipe, o árabe
Local de Nascimento: Shahba - Síria
Reinado: 244 a 249

20º.  -São Fabiano - Mártir  - Itália; 236 - 250.


Nome: Décio
Local de Nascimento: Budalia - Panônia
Reinado: 249 a 251

Imperador Décio, que governou de 249-251, perseguiu os cristãos no Império Romano e a partir de Janeiro do ano 250, ele ordenou que todos os cidadãos realizassem um sacrifício religioso na presença dos comissários, ou então seriam sentenciados à morte. Muitos cristãos se recusaram e foram martirizados.
21º.  -São Cornélio- Mártir  - Itália; 251 - 253.

Nome: Valeriano I
Local de Nascimento: desconhecido
Reinado: 253 a 260

Nome: Galiano
Local de Nascimento: desconhecido
Reinado: 253 a 268

Nome: Póstumo
Local de Nascimento: Gália (atual França)
Reinado: 260 a 269

Nome: Cláudio II
Local de Nascimento: Mésia
Reinado: 268 a 270

Nome: Aureliano
Local de Nascimento: Dácia
Reinado: 270 a 275

Nome: Tácito
Local de Nascimento: Interamna - Itália
Reinado: 275 a 276

Nome: Próbo
Local de Nascimento: Panônia
Reinado: 276 a 282

Nome: Diocleciano
Local de Nascimento: Dalmácia
Reinado: 284 a 305

Nome: Maximiano
Local de Nascimento: Panônia (atual Sérvia)
Reinado: 286 a 305

Nome: Galério
Local de Nascimento: Dácia Aureliana
Reinado: 305 a 311

Nome: Constantino I
Local de Nascimento: Moésia
Reinado: 307 a 337

Nome: Licínio
Local de Nascimento: Moésia
Reinado: 308 a 324

Nome: Constâncio II
Local de Nascimento: Panônia
Reinado: 337 a 361

Nome: Juliano
Local de Nascimento: Constantinopla
Reinado: 361 a 363

Nome: Valentiniano
Local de Nascimento: Panônia
Reinado: 364 a 378

Nome: Graciano
Local de Nascimento: Panônia
Reinado: 367 a 383

Nome: Valentiniano II
Local de Nascimento: Mediolanum - Itália
Reinado: 375 a 392

Nome: Teodósio I
Local de Nascimento: Hispânia
Reinado: 379 a 395
_____________
***************************AVISO AOS ESCRIBAS  DE HOJE *************************                        

Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro;
E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro.
Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Ora vem, Senhor Jesus.     A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém.
                                                                                                             Apocalipse 22:18-2

*********************************************************************************************************************************

Teoria da evolução   
É a Hipocrisia dos incrédulos para justificar suas crenças e seus engodos suas posições são mais importante que a verdade da cruz por isso que o senhor Jesus disse: o mundo jaz no maligno e eu nada tenho nele
Jesus disse:Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim;                  João 14:30
Eles convencem as universidades, colégios e escolas etc.
a levar a crer que existe  E.T nos planetas  burra sem cabeça,Lobisomem,  Saci-Pererê,  Papai Noé, que o homem veio do macaco, que o homem foi a lua e o Jorge já esta lá , falam de lendas disso e daquilo, eles dizem datas, dias pro mundo acabar e não acaba, mas , evitam ser pregado o nome mais poderoso do planeta e do universo Jesus cristo. pra arrancar o diabo dos corpos deles, muitos que estão com câncer vivem na mentira, na prostituição, nos vícios, nas roubalheiras  da vida. Mas, filhos daqueles que o mataram  a Jesus  abrem a boca e dizem sou também filho de deus, vocês ainda andam no curso deste mundo os filho de Deus verdadeiros não andam
  Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da sobediência.  Efésios   2:2         (o diabo quem opera e não Deus neles)
 pois Este Nome que vocês negam o qual todo joelho se dobrará no céu na terra e debaixo da terra.  

PADRE BRASILEIRO ROMÂNTICO EXPRESSA SUA PAIXÃO POR DEUSES ALHEIOS


CONSTANTINO E O CRISTIANISMO
Autor: Endryws Felipe Souza de Moura – UFCG
Orientadora Marinalva Vilar de Lima – UFCG
Constantino I ou Flavio Valerius Constantinus inaugurou no dia 11 de maio de 330 d.C. a nova capital do Império, isso não significa que o império romano do ocidente teve seu término nesse dia, pois existe toda uma problemática em se assumir uma data para mostrar a exata separação dos impérios, mas este não é o foco da minha discussão, assumindo essa data, podemos analisar através dela algumas atitudes de Constantino em relação ao cristianismo, e em relação à política do Estado.
O império no século III passava por uma severa crise em quase todos os âmbitos, é perceptível a crise econômica com o comércio estagnado, os campos quase abandonados, a guerra estava nas fronteiras, com os bárbaros atacando derrubando boa parte das fortificações construídas por Adriano, e para complementar a substituição ordinária do Imperador é abolida, agora é o exército que escolhe quem governa ou não Roma no momento desejado. Isso gera uma série de problemas, as pessoas estavam propensas agora a uma religião que abstraísse todas as coisas materiais e mundanas, que afirmasse que tudo na terra é passageiro e que a verdadeira felicidade não estava aqui, mas sim em um novo mundo, um mundo onde todos são iguais e todos terão paz. Com esses ensinos o cristianismo conseguiu se estabelecer no império facilmente, atraindo muitos seguidores.
Para combater essa crise exposta Diocleciano toma uma série de medidas enérgicas, separando as funções civis das militares, tirando assim o poder da mão do exército. Diocleciano levou ao máximo a imagem do imperador, que a partir de agora com o poder centralizado, possuía uma imagem de uma personagem sagrada, uma personagem ao mesmo tempo responsável pelo religioso e pelo político, é comum em bizâncio que as imagens que representem alguns imperadores possuam um halo para indicar uma santidade, uma certa divindade.
Depois de uma série de acordo e jogadas políticas Constantino conseguiu ficar como único imperador, e segundo Lemerle, um continuador das obras de Diocleciano, instituía assim a hereditariedade no poder imperial, eliminando os resquícios de tetrarquia.
Sem dúvida o cristianismo já havia se estabelecido em todo o império durante o domínio de Constantino, da mesma forma que a religião pagã ainda era forte, mas então o que diferenciou Constantino dos outros imperadores?
No campo religioso, o que mais ecoa como diferença entre Constantino e os outros imperadores, é o fato que Constantino não perseguiu os cristãos como outros líderes anteriores a ele.
Existem muitas contradições1 em relação aos autores que apresentam a ligação do Império com a religião, o que dificulta um pouco a pesquisa por exemplo, segundo Simon, desde 313 d.C. Constantino já apresentava uma simpatia pelo cristianismo, mas segundo Lemerle e seus estudos da numismática declaram que Constantino não se inclinou para o cristianismo antes de 324 d.C.. O que gera um duplo caráter na pesquisa, para evitá-lo eu não ficarei muito preso a datas, mas sim ao evento em si, não que irei desenvolver uma pesquisa positivista, longe disso, pretendo desenvolver aqui uma história a partir de um problema, e tentar analisá-lo da melhor forma possível.
“Malgré la persécution de Licinius, c’est l’anée 313 qui inaure une période nouvelle dans les rapports de l’Église et de l’Empire. Et puisque Constantin sera le seul emperour, son attitude envers l’Église et d’un intérêt tout particulier. La question des rapports de Constantin et de l’Église est fort complexe.”2
Segundo Simon e Benoit, na citação acima, mostram que a partir de 313 d.C. se inicia um novo período nos relatórios da igreja, demonstrando assim que Constantino em 313 já mostrava certa atenção para o cristianismo, mas como conclui na sua citação, o autor pensa que falar sobre a religiosidade de Constantino é muito complexo, não é tão simples para permitir-nos ficar preso a pequenas verdades.
Nós vemos os cristãos sendo fortemente perseguidos antes da política de Constantino, mas todo o discurso de perseguição foi modificado com Constantino, os discursos da época, produzidos por Eusébio de Cesaréia tentam nos apresentar um Constantino, totalmente voltado para o campo religioso, vivendo em função de uma conversão de coração, destituído de todo interesse político, um Constantino que conheceu símbolos religiosos através de sonhos, mostrando desde cedo que Deus o tinha escolhido para modificar a história do cristianismo.
Mas não foi bem assim que aconteceu, a fonte que dentre os historiadores era considerada a mais dedicada a mostrar um Constantino relacionado com o cristianismo, que é Vida de Constantino que era atribuída ao escritor Eusébio de Cesaréia, foi considerada falsa, e a atribuição à Eusébio negada, no máximo segundo Lermerle, foi obra de algum compilador do fim do século IV ou do início do século V. Então todo aquele discurso construído sobre Constantino fica com um aspecto inverídico, cabe a nós a escolha de acreditar ou não.
O que dificulta ainda mais na credibilidade desse pseudo-Eusébio3 é no momento em que ele tenta descrever a visão de Constantino.
“A aparição no céu de uma cruz luminosa acompanhada das palavras “por este sinal vencerás”, a ordem dada por Constantino a seus soldados, para que a reprodução daquele sinal fosse colocada em seus escudos, a conversão, a vitória.” (LEMERLE 1991:8)
Essa descrição segundo Lemerle só aparece no “Vida de Constantino”, que foi escrito pelo pseudo-Eusébio, ela não aparece em nenhuma outra obra do verdadeiro Eusébio, o que realmente dificulta a credibilidade, de uma visão tão religiosamente cristã.
Constantino em momento algum após a vitória sobre Licínio focou fortemente sua atenção no cristianismo, como querem alguns religiosos, no máximo o que ocorreu no campo religioso foi um discurso de Constantino no qual ele deixava livre para os habitantes escolherem o seu credo, isso com certeza ajudava bastante os cristãos que estava sendo severamente perseguidos e agora tinham a liberdade para seguir o seu credo, mas de forma nenhuma demonstra uma atenção especial ao cristianismo, ou já uma cristianização de Constantino.
O imperador segundo alguns estudos realizados sobre moedas do período mostram que Constantino, era adepto do culto solar, e por isso possivelmente historiadores argumentam que a visão que Constantino teve foi uma visão pagã, onde Apolo o deus sol aparecia para o imperador, acompanhado pela Vitória e trazendo em suas mãos coroas de louros e dentro dela Constantino conseguiu distinguir uma mensagem que trazia a promessa de um longo reinado. Essa visão se diferencia muito da apresentada pelo pseudo-eusébio, sabe-se que esta visão apresentou muita importância na vida do imperador, pelo menos Constantino se ainda não era adepto do culto, depois dessa visão passou a sê-lo.
Já tendo desmascarado o pseudo-eusébio e toda a sua narrativa, que é extremamente religiosa, cabe a nós tomar algum posicionamento em relação a essa suposta conversão, teria Constantino se convertido ao cristianismo como esse cristão fervoroso que o pseudo-eusébio mostra, ou Constantino se usou da religião para fazer um jogo político?
Não podemos de forma nenhuma seguir os extremos, portanto não podemos afirmar que ele tinha todo esse fervor religioso que declaram alguns cristãos, mas também não podemos dizer que ele não se envolveu com a religião, pois documentos mostram que antes da sua morte ele teria sido batizado por um bispo ariano.
Constantino e sua conversão são um dos pontos que mais geram dúvidas na história da humanidade, segundo Simon são três as opções que temos a respeito de Constantino, a primeira é que ele tenha sido um crente convencional e um crente na forma pura4, a segunda um não crente convencional e nem um crente na pura forma, ou por último um político oportunista e sem religião.
Como já foi dito que temos que evitar os extremos para não cairmos no erro, temos que buscar as fontes que nos remetem ao período para podermos entender melhor como foi Constantino e a sua política em relação à Igreja.
A terceira possibilidade é rapidamente descartada pois sabemos que ele aderiu ao cristianismo e a terceira possibilidade abrange um grupo muito restrito, o grupo dos sem-religião, agora com a terceira possibilidade eliminada nós ficamos apenas com as outras duas e uma dúvida, teria Constantino se convertido ou não?
Essa pergunta não é muito difícil de responder, se formos dar atenção ao livro do pseudo-eusébio, teremos a informação que Constantino foi batizado no dia 22 de maio de 337 d.C. Isso nos mostra que sim, realmente ele se converteu, mas de maneira nenhuma prova que tenha sido um cristão de pura forma, ou seja, aquele cristão fiel e dedicado como a tradição nos apresenta.
Mas temos que entender que não podemos tomar o dia do batismo do imperador como o dia da sua conversão, pelo contrário, Benoit mostra que pelas leis da igreja na época, os cristãos só se batizavam quando tinham plena consciência de sua vida espiritual, o que nos mostra que Constantino já possuía uma vida cristã antes do seu batismo, e assim a data do seu batismo se torna uma concretização de uma possível vida cristã.
O ponto em que os dois escritores concordam, tanto Lemerle quanto Benoit é que a vitória de Constantino sobre Licínio é uma possível vitória do cristianismo contra o paganismo, mostrando assim Constantino como um possível defensor do cristianismo, esse pseudo-eusébio já foi um pouco mais alem e mostrou que a defesa do cristianismo foi a causa primária da guerra, ou seja que Constantino só iniciou a guerra por defesa do cristianismo.
“Não se pode esquecer, contudo que Constantino só chegou à fé cristã lentamente e, segundo tudo indica, mais por força de uma série de circunstâncias, senão de considerações políticas, que por uma iluminação interior; que durante muito tempo o cristianismo pôde lhe parecer superior as outras religiões da época, mas de modo algum essencialmente diferente;”5
Lemerle sempre evitando tomar uma decisão precipitada, típica do seu discurso, mesmo assim como é visto na citação ele comenta que Constantino chegou sim a uma vida cristã, mas de forma vagarosa, lenta, com cuidado, como se Constantino estivesse evitando se enraizar em uma religião de forma fixa, mas o que importa e se destaca é que ele conseguiu chegar e modificar muitos alicerces, modificar e estabelecer, pois foi nesse período que temos os relatórios da igreja mostram que foram construídos muitos conceitos que são utilizados até hoje.
Nas ultimas linhas da citação Lemerle comenta que Constantino enxergava o cristianismo de forma mais especial, o que nos permite imaginar que Constantino já se imaginava seguindo essa religião, novamente ressalto que temos que evitar os exageros, portanto Lemerle termina a citação falando que Constantino jamais viu o cristianismo de forma essencialmente diferente, o que nos faz retornar a dúvida sobre a complexidade da relação de Constantino com o cristianismo.
Isso porque segundo Lemerle o imperador viveu sim durante seu reinado pontifex maximus que é uma posição pagã, e que algumas vezes (muito pouca) foi utilizada no cristianismo para designar o Papa Sumo Pontífice, ou seja Constantino seguiu uma vida cristã sem abandonar o título de pontifex maximus.
Mas Lemerle conclui seu pensamento afirmando que ele pelo menos tentou eliminar os vícios e as superstições do paganismo.
Foi no período de Constantino que são registrados muitas construções de igrejas, ou seja o cristianismo estava se desenvolvendo cada vez mais, em contraposição a isso, crescia também, o número de heresias, como o arianismo, que não admitia a figura da trindade, segundo esse pensamento Cristo não era Deus era apenas uma criatura do pai.
E Constatino querendo um acordo, reuniu em 325 um concílio de Nicéia, que foi o primeiro concílio ecumênico, segundo Lemerle. Foi decidido nesse concílio que sim, o filho é Deus, consubstancial ao pai. Se analisarmos bem a importância desse concílio, nós percebemos que vai muito mais além do fato religioso, é importante o fato que um dogma da Igreja foi resolvido, mas releva-se o fato que o poder do Império interferiu em uma questão religiosa, e isso ocorreu com Constantino, nos mostrando que Constantino manteve uma relação com a igreja nunca antes alcançada.
O que dá mais destaque a esse fato foi a atitude tomada por Constantino após o concílio, ele se torna o executor das decisões tomadas no concílio: exila Ário e os seus seguidores.
Constantino agora tomava algumas medidas enérgicas em defesa da moral, ele punia práticas que eram e são até hoje consideradas imorais, o adultério, a delação, etc.
Mas infelizmente para o cristianismo ortodoxo do oriente, poucos anos depois do concílio de Nicéia o arianismo consegue se restabelecer no império, isso porque Ário o padre da Alexandria que desenvolveu o arianismo ( o arianismo foi criado no século III d.C. na Síria portanto Ário não foi o seu criador, apenas o que deu um desenvolvimento no arianismo.)
Isso nos deixa com algumas dúvidas a cerca da religiosidade verdadeiramente cristã de Constantino, qual a lógica que Constantino estava seguindo? Segundo Lemerle a irmã do imperador, Constantina, era muito ligada ao Bispo ariano Eusébio de Nicomédia, o que influenciou na escolha, isso sem dúvida é um grande motivo para explicar uma quebra de lógica e de atitudes que estavam sendo tomadas por Constantino.
E pra tornar a relação de Constantino com o cristianismo ainda mais complexo, foi esse mesmo bispo ariano que batizou Constantino no leito da sua morte, o que tornaria o seu batismo praticamente inaceitável segundo algumas normas da Igreja Ortodoxa do Oriente.
E Lemerle apresenta como última atitude contraditória de Constantino, o fato de que ele retirou do exílio o grande inimigo de Ário, Atanásio. Ou seja, ele retirou do exílio, o homem que se opõe ideologicamente a Ário, que desenvolveu a religião na qual Constantino foi batizado.
Lemerle resume a relação de Constantino com o cristianismo dessa forma:
"...os cristãos não foram perseguidos, mas tratados com benevolência; sua religião deixou de ser proibida e passou a ser lícita; o cristianismo não teve uma posição de direito superior ao paganismo, mas de fato esteve em situação de suplantá-lo definitivamente; não foi religião de Estado, mas uma religião privilegiada; e pela primeira vez viu-se o imperador ser batizado, e o Estado se preocupar com os negócios internos da igreja."6
Isso resume a vida de um homem que sem dúvida manteve uma relação complexa com o cristianismo, marcada por algumas contradições que se tornam o grande mistério da sua vida. O que nos é certo é que ele não foi o homem extremamente religioso que a tradição tenta nos mostrar, mas sim um homem que soube usar a política e a religião a seu favor, acima de tudo um "bom político".
Essa citação justifica o lugar de destaque que a própria religião cristã dá para Constantino, vale a pena ressaltar que não foi Constantino que tornou o cristianismo uma religião de Estado, isso só ocorreu com Teodósio I, que declarou uma verdadeira perseguição ao paganismo e ao arianismo.
Mas foi Constantino sim quem fundou um Império Cristão Oriental e deixou para os seu sucessores a tarefa de se tornar um defensor do Cristianismo, e não um perseguidor como foram os seus antecessores.
Dessa forma Constantino conseguiu modificar a história do cristianismo de forma marcante, ficando registrado como primeiro Imperador Cristão.

CONSTANTINO E O CRISTIANISMO
Autor: Endryws Felipe Souza de Moura – UFCG
Orientadora Marinalva Vilar de Lima – UFCG
Constantino I ou Flavio Valerius Constantinus inaugurou no dia 11 de maio de 330 d.C. a nova capital do Império, isso não significa que o império romano do ocidente teve seu término nesse dia, pois existe toda uma problemática em se assumir uma data para mostrar a exata separação dos impérios, mas este não é o foco da minha discussão, assumindo essa data, podemos analisar através dela algumas atitudes de Constantino em relação ao cristianismo, e em relação à política do Estado.
O império no século III passava por uma severa crise em quase todos os âmbitos, é perceptível a crise econômica com o comércio estagnado, os campos quase abandonados, a guerra estava nas fronteiras, com os bárbaros atacando derrubando boa parte das fortificações construídas por Adriano, e para complementar a substituição ordinária do Imperador é abolida, agora é o exército que escolhe quem governa ou não Roma no momento desejado. Isso gera uma série de problemas, as pessoas estavam propensas agora a uma religião que abstraísse todas as coisas materiais e mundanas, que afirmasse que tudo na terra é passageiro e que a verdadeira felicidade não estava aqui, mas sim em um novo mundo, um mundo onde todos são iguais e todos terão paz. Com esses ensinos o cristianismo conseguiu se estabelecer no império facilmente, atraindo muitos seguidores.
Para combater essa crise exposta Diocleciano toma uma série de medidas enérgicas, separando as funções civis das militares, tirando assim o poder da mão do exército. Diocleciano levou ao máximo a imagem do imperador, que a partir de agora com o poder centralizado, possuía uma imagem de uma personagem sagrada, uma personagem ao mesmo tempo responsável pelo religioso e pelo político, é comum em bizâncio que as imagens que representem alguns imperadores possuam um halo para indicar uma santidade, uma certa divindade.
Depois de uma série de acordo e jogadas políticas Constantino conseguiu ficar como único imperador, e segundo Lemerle, um continuador das obras de Diocleciano, instituía assim a hereditariedade no poder imperial, eliminando os resquícios de tetrarquia.
Sem dúvida o cristianismo já havia se estabelecido em todo o império durante o domínio de Constantino, da mesma forma que a religião pagã ainda era forte, mas então o que diferenciou Constantino dos outros imperadores?
No campo religioso, o que mais ecoa como diferença entre Constantino e os outros imperadores, é o fato que Constantino não perseguiu os cristãos como outros líderes anteriores a ele.
Existem muitas contradições1 em relação aos autores que apresentam a ligação do Império com a religião, o que dificulta um pouco a pesquisa por exemplo, segundo Simon, desde 313 d.C. Constantino já apresentava uma simpatia pelo cristianismo, mas segundo Lemerle e seus estudos da numismática declaram que Constantino não se inclinou para o cristianismo antes de 324 d.C.. O que gera um duplo caráter na pesquisa, para evitá-lo eu não ficarei muito preso a datas, mas sim ao evento em si, não que irei desenvolver uma pesquisa positivista, longe disso, pretendo desenvolver aqui uma história a partir de um problema, e tentar analisá-lo da melhor forma possível.
“Malgré la persécution de Licinius, c’est l’anée 313 qui inaure une période nouvelle dans les rapports de l’Église et de l’Empire. Et puisque Constantin sera le seul emperour, son attitude envers l’Église et d’un intérêt tout particulier. La question des rapports de Constantin et de l’Église est fort complexe.”2
Segundo Simon e Benoit, na citação acima, mostram que a partir de 313 d.C. se inicia um novo período nos relatórios da igreja, demonstrando assim que Constantino em 313 já mostrava certa atenção para o cristianismo, mas como conclui na sua citação, o autor pensa que falar sobre a religiosidade de Constantino é muito complexo, não é tão simples para permitir-nos ficar preso a pequenas verdades.
Nós vemos os cristãos sendo fortemente perseguidos antes da política de Constantino, mas todo o discurso de perseguição foi modificado com Constantino, os discursos da época, produzidos por Eusébio de Cesaréia tentam nos apresentar um Constantino, totalmente voltado para o campo religioso, vivendo em função de uma conversão de coração, destituído de todo interesse político, um Constantino que conheceu símbolos religiosos através de sonhos, mostrando desde cedo que Deus o tinha escolhido para modificar a história do cristianismo.
Mas não foi bem assim que aconteceu, a fonte que dentre os historiadores era considerada a mais dedicada a mostrar um Constantino relacionado com o cristianismo, que é Vida de Constantino que era atribuída ao escritor Eusébio de Cesaréia, foi considerada falsa, e a atribuição à Eusébio negada, no máximo segundo Lermerle, foi obra de algum compilador do fim do século IV ou do início do século V. Então todo aquele discurso construído sobre Constantino fica com um aspecto inverídico, cabe a nós a escolha de acreditar ou não.
O que dificulta ainda mais na credibilidade desse pseudo-Eusébio3 é no momento em que ele tenta descrever a visão de Constantino.
“A aparição no céu de uma cruz luminosa acompanhada das palavras “por este sinal vencerás”, a ordem dada por Constantino a seus soldados, para que a reprodução daquele sinal fosse colocada em seus escudos, a conversão, a vitória.” (LEMERLE 1991:8)
Essa descrição segundo Lemerle só aparece no “Vida de Constantino”, que foi escrito pelo pseudo-Eusébio, ela não aparece em nenhuma outra obra do verdadeiro Eusébio, o que realmente dificulta a credibilidade, de uma visão tão religiosamente cristã.
Constantino em momento algum após a vitória sobre Licínio focou fortemente sua atenção no cristianismo, como querem alguns religiosos, no máximo o que ocorreu no campo religioso foi um discurso de Constantino no qual ele deixava livre para os habitantes escolherem o seu credo, isso com certeza ajudava bastante os cristãos que estava sendo severamente perseguidos e agora tinham a liberdade para seguir o seu credo, mas de forma nenhuma demonstra uma atenção especial ao cristianismo, ou já uma cristianização de Constantino.
O imperador segundo alguns estudos realizados sobre moedas do período mostram que Constantino, era adepto do culto solar, e por isso possivelmente historiadores argumentam que a visão que Constantino teve foi uma visão pagã, onde Apolo o deus sol aparecia para o imperador, acompanhado pela Vitória e trazendo em suas mãos coroas de louros e dentro dela Constantino conseguiu distinguir uma mensagem que trazia a promessa de um longo reinado. Essa visão se diferencia muito da apresentada pelo pseudo-eusébio, sabe-se que esta visão apresentou muita importância na vida do imperador, pelo menos Constantino se ainda não era adepto do culto, depois dessa visão passou a sê-lo.
Já tendo desmascarado o pseudo-eusébio e toda a sua narrativa, que é extremamente religiosa, cabe a nós tomar algum posicionamento em relação a essa suposta conversão, teria Constantino se convertido ao cristianismo como esse cristão fervoroso que o pseudo-eusébio mostra, ou Constantino se usou da religião para fazer um jogo político?
Não podemos de forma nenhuma seguir os extremos, portanto não podemos afirmar que ele tinha todo esse fervor religioso que declaram alguns cristãos, mas também não podemos dizer que ele não se envolveu com a religião, pois documentos mostram que antes da sua morte ele teria sido batizado por um bispo ariano.
Constantino e sua conversão são um dos pontos que mais geram dúvidas na história da humanidade, segundo Simon são três as opções que temos a respeito de Constantino, a primeira é que ele tenha sido um crente convencional e um crente na forma pura4, a segunda um não crente convencional e nem um crente na pura forma, ou por último um político oportunista e sem religião.
Como já foi dito que temos que evitar os extremos para não cairmos no erro, temos que buscar as fontes que nos remetem ao período para podermos entender melhor como foi Constantino e a sua política em relação à Igreja.
A terceira possibilidade é rapidamente descartada pois sabemos que ele aderiu ao cristianismo e a terceira possibilidade abrange um grupo muito restrito, o grupo dos sem-religião, agora com a terceira possibilidade eliminada nós ficamos apenas com as outras duas e uma dúvida, teria Constantino se convertido ou não?
Essa pergunta não é muito difícil de responder, se formos dar atenção ao livro do pseudo-eusébio, teremos a informação que Constantino foi batizado no dia 22 de maio de 337 d.C. Isso nos mostra que sim, realmente ele se converteu, mas de maneira nenhuma prova que tenha sido um cristão de pura forma, ou seja, aquele cristão fiel e dedicado como a tradição nos apresenta.
Mas temos que entender que não podemos tomar o dia do batismo do imperador como o dia da sua conversão, pelo contrário, Benoit mostra que pelas leis da igreja na época, os cristãos só se batizavam quando tinham plena consciência de sua vida espiritual, o que nos mostra que Constantino já possuía uma vida cristã antes do seu batismo, e assim a data do seu batismo se torna uma concretização de uma possível vida cristã.
O ponto em que os dois escritores concordam, tanto Lemerle quanto Benoit é que a vitória de Constantino sobre Licínio é uma possível vitória do cristianismo contra o paganismo, mostrando assim Constantino como um possível defensor do cristianismo, esse pseudo-eusébio já foi um pouco mais alem e mostrou que a defesa do cristianismo foi a causa primária da guerra, ou seja que Constantino só iniciou a guerra por defesa do cristianismo.
“Não se pode esquecer, contudo que Constantino só chegou à fé cristã lentamente e, segundo tudo indica, mais por força de uma série de circunstâncias, senão de considerações políticas, que por uma iluminação interior; que durante muito tempo o cristianismo pôde lhe parecer superior as outras religiões da época, mas de modo algum essencialmente diferente;”5
Lemerle sempre evitando tomar uma decisão precipitada, típica do seu discurso, mesmo assim como é visto na citação ele comenta que Constantino chegou sim a uma vida cristã, mas de forma vagarosa, lenta, com cuidado, como se Constantino estivesse evitando se enraizar em uma religião de forma fixa, mas o que importa e se destaca é que ele conseguiu chegar e modificar muitos alicerces, modificar e estabelecer, pois foi nesse período que temos os relatórios da igreja mostram que foram construídos muitos conceitos que são utilizados até hoje.
Nas ultimas linhas da citação Lemerle comenta que Constantino enxergava o cristianismo de forma mais especial, o que nos permite imaginar que Constantino já se imaginava seguindo essa religião, novamente ressalto que temos que evitar os exageros, portanto Lemerle termina a citação falando que Constantino jamais viu o cristianismo de forma essencialmente diferente, o que nos faz retornar a dúvida sobre a complexidade da relação de Constantino com o cristianismo.
Isso porque segundo Lemerle o imperador viveu sim durante seu reinado pontifex maximus que é uma posição pagã, e que algumas vezes (muito pouca) foi utilizada no cristianismo para designar o Papa Sumo Pontífice, ou seja Constantino seguiu uma vida cristã sem abandonar o título de pontifex maximus.
Mas Lemerle conclui seu pensamento afirmando que ele pelo menos tentou eliminar os vícios e as superstições do paganismo.
Foi no período de Constantino que são registrados muitas construções de igrejas, ou seja o cristianismo estava se desenvolvendo cada vez mais, em contraposição a isso, crescia também, o número de heresias, como o arianismo, que não admitia a figura da trindade, segundo esse pensamento Cristo não era Deus era apenas uma criatura do pai.
E Constatino querendo um acordo, reuniu em 325 um concílio de Nicéia, que foi o primeiro concílio ecumênico, segundo Lemerle. Foi decidido nesse concílio que sim, o filho é Deus, consubstancial ao pai. Se analisarmos bem a importância desse concílio, nós percebemos que vai muito mais além do fato religioso, é importante o fato que um dogma da Igreja foi resolvido, mas releva-se o fato que o poder do Império interferiu em uma questão religiosa, e isso ocorreu com Constantino, nos mostrando que Constantino manteve uma relação com a igreja nunca antes alcançada.
O que dá mais destaque a esse fato foi a atitude tomada por Constantino após o concílio, ele se torna o executor das decisões tomadas no concílio: exila Ário e os seus seguidores.
Constantino agora tomava algumas medidas enérgicas em defesa da moral, ele punia práticas que eram e são até hoje consideradas imorais, o adultério, a delação, etc.
Mas infelizmente para o cristianismo ortodoxo do oriente, poucos anos depois do concílio de Nicéia o arianismo consegue se restabelecer no império, isso porque Ário o padre da Alexandria que desenvolveu o arianismo ( o arianismo foi criado no século III d.C. na Síria portanto Ário não foi o seu criador, apenas o que deu um desenvolvimento no arianismo.)
Isso nos deixa com algumas dúvidas a cerca da religiosidade verdadeiramente cristã de Constantino, qual a lógica que Constantino estava seguindo? Segundo Lemerle a irmã do imperador, Constantina, era muito ligada ao Bispo ariano Eusébio de Nicomédia, o que influenciou na escolha, isso sem dúvida é um grande motivo para explicar uma quebra de lógica e de atitudes que estavam sendo tomadas por Constantino.
E pra tornar a relação de Constantino com o cristianismo ainda mais complexo, foi esse mesmo bispo ariano que batizou Constantino no leito da sua morte, o que tornaria o seu batismo praticamente inaceitável segundo algumas normas da Igreja Ortodoxa do Oriente.
E Lemerle apresenta como última atitude contraditória de Constantino, o fato de que ele retirou do exílio o grande inimigo de Ário, Atanásio. Ou seja, ele retirou do exílio, o homem que se opõe ideologicamente a Ário, que desenvolveu a religião na qual Constantino foi batizado.
Lemerle resume a relação de Constantino com o cristianismo dessa forma:
"...os cristãos não foram perseguidos, mas tratados com benevolência; sua religião deixou de ser proibida e passou a ser lícita; o cristianismo não teve uma posição de direito superior ao paganismo, mas de fato esteve em situação de suplantá-lo definitivamente; não foi religião de Estado, mas uma religião privilegiada; e pela primeira vez viu-se o imperador ser batizado, e o Estado se preocupar com os negócios internos da igreja."6
Isso resume a vida de um homem que sem dúvida manteve uma relação complexa com o cristianismo, marcada por algumas contradições que se tornam o grande mistério da sua vida. O que nos é certo é que ele não foi o homem extremamente religioso que a tradição tenta nos mostrar, mas sim um homem que soube usar a política e a religião a seu favor, acima de tudo um "bom político".
Essa citação justifica o lugar de destaque que a própria religião cristã dá para Constantino, vale a pena ressaltar que não foi Constantino que tornou o cristianismo uma religião de Estado, isso só ocorreu com Teodósio I, que declarou uma verdadeira perseguição ao paganismo e ao arianismo.
Mas foi Constantino sim quem fundou um Império Cristão Oriental e deixou para os seu sucessores a tarefa de se tornar um defensor do Cristianismo, e não um perseguidor como foram os seus antecessores.
Dessa forma Constantino conseguiu modificar a história do cristianismo de forma marcante, ficando registrado como primeiro Imperador Cristão.